Neste momento, em que os povos indígenas se mobilizam na defesa do Rio São Francisco, no combate às transnacionais que roubam suas terras e as utilizam para cultivo de espécies que degradam o meio geográfico, diversas frentes da luta desses povos originários no território brasileiro se abrem vitoriosas.
Já em maio, nos dias 11 a 13, no município de Caucaia, região metropolitana de Fortaleza, o povo Tapeba realizava o seu 6° Encontro, promovendo um balanço do último período das atividades do Grupo da Terra e da Associação das Comunidades Indígenas Tapebas — Acita, que debateu a questão indígena, avaliou e definiu o planejamento para o próximo período.
Entre diversos convidados participaram ativamente do encontro representantes Guaranis e Tupiniquins. As discussões, de elevado nível e espírito combativo, contaram com o apoio e presença de entidades tais como Apoinme — Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo.
Também convidadas, estiveram presentes organizações como o Núcleo de Estudos do Marxismo-Leninismo-Maoísmo e Movimento Estudantil Popular Revolucionário.
A principal decisão política foi a de que chegou a hora de unir todas as forças dos povos indígenas e aliados como a classe operária, os camponeses, intelectuais honestos, estudantes e personalidades progressistas para fazer uma grande ofensiva na luta pela retomada dos seus territórios.
Os debates sobre a questão indígena no Brasil, acompanhados pela reportagem de A Nova Democracia, buscaram enfocar não apenas o aspecto da etnia, mas acima de tudo o problema nacional, seus aspectos de nacionalidade e minorias nacionais, além do direito à autodeterminação dos povos e da emancipação das classes oprimidas — enfoque tergiversado desde sempre pela política oficial do Estado brasileiro, pela igreja, a academia, antropólogos e ONGs.
Ao final, concluiu-se pela necessidade de se aprofundar os estudos e estabelecer cientificamente um programa que expresse a real dimensão do problema indígena, sua união com as classes exploradas e oprimidas do país, rumo à Nova Democracia.
O MESMO INIMIGO
Os relatos apresentados no Encontro pelas nações Tapeba, Guarani e Tupiniquim evidenciaram que seu inimigo é o mesmo: o capitalismo, o imperialismo — o velho Estado brasileiro e seus governos, latifúndios, grandes empresas nacionais e transnacionais. E que os povos indígenas entendem ser sua resistência, embora com particularidades e graus diferentes, também a mesma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.